Sobre Si- um/a profissional de sucesso aparentemente sem problemas

É certamente um/a profissional de excelência, que cumpre os objetivos que lhe competem, não sendo por acaso que é reconhecido/a e recomendado/a na sua área de atividade.

E ao nível pessoal, como corre? Aparentemente bem. Mas não será uma máscara que desenvolveu para evitar magoar ou desiludir alguém? Em que momento(s) terá reprimido o seu verdadeiro EU? Em casa, no trabalho, no contexto académico, no sistema família de origem, dos filhos, de uma relação específica ou socialmente?

Desde tenra idade, quer tenha consciência ou não,  foi influenciado/a e condicionado/a pela sua envolvente. Diziam-lhe o que era certo ou errado, um manual repleto de instruções, que num mesmo contexto poderia variar consoante o emissor.

Criou crenças e mecanismos de defesa, tipicamente inconscientes e passou a primeira fase da vida em constante adaptação ao exterior, para ser amado/a, aceite e reconhecido/a. Acabou por ignorar, reprimir e/ou ocultar características únicas e diferenciadoras do seu SER único e especial, que foram armazenadas no seu repertório inconsciente.

Adquiriu o suposto socialmente (ex: reconhecimento profissional, a(s) casa(s), o(s) carro(s), construiu família e realizou as férias de sonho), e encontra-se na segunda fase da vida. Apercebe-se que o auge da felicidade está aquém daquilo que imaginava. Sente em silêncio uma espécie de vazio ou desassossego interno, que nada nem ninguém preenche.

O supra segundo o Pai da Psicologia Analítica acontece enquanto convite interior e natural da psique, para transformar-se em tudo aquilo que é capaz de SER psicologicamente.

Não está na hora de resgastar quem é de facto, por inteiro, comprometendo-se consigo mesmo/a, a única pessoa que garantidamente terá consigo até ao último suspiro?

Isabela Eunice


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