Atende crianças?

Quando me perguntam se atendo crianças, sorrio e pergunto qual é o problema que identificam na criança.

O que o/a adulto/a aponta na criança é uma rejeição própria, em reconhecer-se em espelho e em disponibilizar-se para fazer uma valente introspeção. A criança revela o que os adultos reprimem, escondem ou ignoram no sistema em questão (ex: familiar e escolar).

A criança só adquire consciência quando começa a dizer "Eu", até essa altura mistura-se com o ambiente onde vive, sem distinguir o que é dela e o que é dos outros, tal como os primitivos, imita tudo o que se passa ao redor, sem questionar.

Curioso é que quando os adultos indicam “o problema”, desafio-os reflexivamente ou na prática, e facilmente se apercebem que “o problema” é deles. É responsabilidade dos pais/professores/demais agentes sociais terem consciência das suas próprias dinâmicas familiares, para que possam alterar padrões inconscientes que moldam a mente consciente, comportamentos e até a forma de falar e respirar, tipicamente geracionais e nada saudáveis.

A tomada de consciência, caso tenham o ego bem estruturado, é o primeiro passo para mudar algo (ex: pensamentos comportamentos e papéis, assumindo o que é da sua responsabilidade hierárquica e sistémica), e aí os "problemas" identificados nas crianças/adolescentes, deixam de existir e mais importante ainda, libertam o fardo aos menores carregarem paradigmas familiares limitantes e/ou boicotadores. Claro que excecionalmente existem problemas biológicos que carecem de apoio médico específico.

 


Partilhar: