Feedback na base de resultados extraordinários em diferentes contextos

2019-05-28

O feedback promove a excelência e o alto rendimento ao fornecer informações respeitantes à tarefa. Desde a sua compreensão (conhecimento declarativo), a como desempenhá-la (conhecimento procedimental), porquê, onde e quando (conhecimento condicional). Funciona em todos os contextos de vida, sendo particularmente pertinente utilizá-lo conscientemente no processo de aprender e de ensinar, constituindo uma forma de pensamento que vai ser projetada ao longo da vida, no exercício de diferentes papéis.

O feedback eficaz visa: (1) reduzir as discrepâncias entre a compreensão e o desempenho atual (Hattie, 2009; Wollenschläger, Hattie, Machts, Möller e Harms, 2016) e (2) cumprir objetivos de aprendizagem (Hattie, 2009). 

O feedback é essencial a toda a aquisição de competências. Ninguém pode melhorar a menos que disponha de modos para avaliar a eficácia do seu desempenho e para saber em que direção deve mudar. Ocorrendo, assim, após um comportamento, intervenção ou atitude, consistindo na informação que recebemos sobre como estamos a sair-nos e no esforço que desenvolvemos para alcançarmos um determinado objetivo (Wiggins, 2012).

Em contexto escolar, para que o feedback seja eficaz precisa de ser: focado, aplicável, encorajador (Lindermann, 2001, citado por Leng, 2014), compatível com o conhecimento prévio dos alunos. E fornecer conexões lógicas (Hattie, 2009). Quando os alunos recebem este tipo de feedback, tornam-se capazes de pensar de forma crítica e autorregular a própria aprendizagem (Carvalho et al., 2015; Nicol & Macfarlane-Dick, 2006; Strake & Kumar, 2010, cit. por Leng, 2014). 

Winne e Butler (1994, cit. por Hattie, 2009) definem feedback como uma informação com a qual um aluno pode confirmar, adicionar, subscrever, sintonizar ou reestruturar informação na memória, seja essa informação relativa a conhecimentos de domínios, metacognitivo, crenças sobre o self, tarefas e estratégias cognitivas.

Carvalho, Santos, Conboy e Martins (2014) acrescem que um bom feedback deve incluir informações que os alunos possam usar. No caso de alunos não proficientes é melhor fornecer instruções do que um feedback acerca de conceitos mal compreendidos. Caso o feedback seja direcionado de forma correta, este poderá ajudar os alunos a compreenderem, a envolverem-se ou mesmo a desenvolverem estratégias eficazes para processar as informações (Hattie, 2009).

A eficácia do feedback deve ser medida e ajustada, consoante o que se recebe de volta. O foco do feedback deve ser sempre na realização das tarefas, ao invés do elogio, pois segundo os estudos de Hattie (2009) os maiores tamanhos de efeito envolveram alunos recebendo feedback de informações sobre uma tarefa e como fazê-lo de forma mais eficaz. Já tamanhos de efeito menores foram relacionados a elogios, recompensas e punições.

A literatura reconhece a importância da qualidade do feedback do professor no processo de ensino e aprendizagem. A fim de estudar os efeitos do feedback, a sua eficácia no contexto escolar, e a sua possível associação a fatores como identificação escolar, comprometimento escolar e eventuais trajetórias escolares, é necessário desenvolver uma medida objetiva de como os alunos percecionam o feedback dos seus professores (Carvalho et al., 2014).

Isabela Oliveira 


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