O que distingue os profissionais excecionais dos restantes?

Nos diferentes contextos em que nos movemos, identificamos uma pessoa que se destaca fortemente das demais, sendo reconhecida por todos como líder nato/a, fazendo acontecer naturalmente, atento/a a tudo e a todos. Em grandes estruturas, organizadas pela hierarquia superior, com competências visíveis em ação, podemos encontrar mais, chegam os dedos de uma mão, mas há uma que sobressai contando com 2 ou 3 para o comando dos demais.

O supra faz-me lembrar a estrutura do sistema humano, composta por diferentes sistemas e elementos, destacando-se hierarquicamente o cerebral, interligado com os diferentes micro sistemas, cada qual a fazer aquilo para que foi desenhado, com competências inatas, contribuindo eficiente e eficazmente para o todo funcionar e em pleno.

Cabe na cabeça de alguém, com "dois dedos de testa", dizer ao fígado ou ao rim, para desempenhar papéis/funções do cérebro? 

Vemos nas organizações, nomeadamente de índole social, intestinos na hierarquia superior, sem visão macro e micro, sem conhecimento dos objetivos que conduziram à existência dos sistemas, e aparentemente sem conhecerem o conceito teórico e prático de equipas. Insistem na "estabilidade", como se fosse sinal de ficar tudo na mesma, quando não, só piora e em escala, décadas após décadas (ex: as depressões, ansiedades, suicídios e deliquências- as doenças do século XXI, construídas com a persitência no inócuo, caduco e desatualizado).

Idem com os cursos de liderança para todos, quando a maioria mostra inequívocamente perfil de liderado, com dons e habilidades para tarefas e funções específicas importantíssimas, que se reconhecidas pelos líderes, executariam com mestria e seriam visivelmente mais felizes. Por muito que pessoas sem talentos de liderança treinem competências de liderança, nunca serão em essência líderes - pessoas reconhecidas por outros pela visibilidade de movimentarem o cumprimento de objetivos individuais e em rede.

O que distingue as pessoas excecionais das restantes é a veracidade com elas próprias, com os outros e com os contextos. Tansparecem na envolvente as suas características únicas e diferenciadoras, sendo um exemplo de coerência entre o que dizem e fazem. São como uma vela no meio da escuridão que nos ilumina a cada dia e desafia, movendo-nos a comentar com alguém especial ou connosco: - admiro aquela pessoa, tem carisma e atitude, é educada e responsável, foca-se em soluções e despoleta o que de melhor há em nós- diz coisas do género, como em conjunto podemos fazer mais e melhor?

Como seria se cada pessoa soubesse quem é de facto, sem filtros limitantes e crenças que nunca questionou, dando por si a expressar a sua totalidade psíquica? Cada qual a contribuir de forma diferenciada na prática transversal, a representar papéis e lugares na hierarquia que lhes cabe, de acordo com os seus talentos? Acredito vivamente que teríamos como regra profissionais excecionais, no exercício de diferentes funções.

Eu, no fundo, não invento nada. Sou apenas alguém que se limita a levantar uma pedra e a pôr à vista o que está por baixo. Não é minha culpa se de vez em quando me saem monstros (José Saramago)

Isabela Eunice


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